"(...) Coragem Ângela Jacqueline, começe sem ligar para nada."
Clarice Lispector - Um Sopro de Vida
"(...) Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que a vontade para escrever. (...)
O que devem fazer essas pessoas? O que Ângela faz: escrever sem nenhum compromisso. Às vezes escrever uma só linha basta para salvar o próprio coração."
( Um Sopro de Vida )
Então que é assim, eu não estou conseguindo me sentir abraçada pela minha monografia que ainda está em branco assim como o personagem Rodrigo S.M. em A HORA DA ESTRELA.
Parece que o tema me é tão real, que por vezes me fundo à história e ora sou Rodrigo, ora sou Macabéia e posso ouvi-lo gritar em alto e bom som: Reage Macabéa! Fala alguma coisa! O fato é que ler tal obra, é ser, de alguma forma, violentamente lançada nesse universo inquietante e questionador, como por exemplo da apropriação do ato de escrever e de dar/ter voz.
Mas ao me deparar com tal quadro, desponta uma necessidade urgente, uma quase obrigação de elaborar algumas respostas nem que seja para mim mesma, para não sentir o incômodo de parecer, em absoluto, com a personagem. E aí, entro num estado de nirvana e me perco.
E volto ao branco! Entenderam?
Por isso, eu queria que o mundo parasse de acontecer enquanto O Ato de Escrever minha monografia me abraça! Por mim e pela Ká.